Há pouco mais de um mês, referi aqui que o mundo da Música estava a ser influenciado pela orientalidade, com uma forte presença da sonoridade indiana e outras infusões multiculturais.
Como Moda e Música andam muito frequentemente sob a mesma aura, seria de esperar uma abordagem à temática no que toca à roupa e ao estilo.
Não surgiu em nenhuma das duas artes pela primeira vez este ano; porém, continua a ser uma grande inspiração para ambas, tanto que nem produtores musicais nem designers de moda se parecem cansar dela.
Esta estação continuamos rodeados de kimonos, golas mao e padrões florais - neste caso particular, destacam-se as flores japonesas.
As camisolas, os casacos e as camisas que, devido à moda do oversize, nos últimos tempos se têm usado largos, estão agora a ser cintados com interessantes cintos e cordas que nos remetem ao judo e às artes marciais.
Muitas foram as coleções que apresentaram vestidos arquitetónicos, quase em elogio a Rei Kawakubo e Yohji Yamamoto, muito conhecidos pelo seu desconstrutitvismo.
E como o branco e o preto continuam a dominar imensos visuais de runway e de street style, o minimalismo ainda tem futuro.
Apresentada a macrotendência, passo para a segunda parte deste post: o Met Gala, um evento anual cujo objetivo é angariar fundos para o Metropolitan Museum of Art's Costume Institute em Nova Iorque. É também um dos momentos formais onde as celebridades têm maior visibilidade e se podem expressar teatralmente através das roupas que escolhem. Cada Met Gala tem um tema e o deste ano foi "China: Through The Looking Glass". Supôs-se logo uma aposta nas transparências - com alguns visuais bastante arrojados por parte das estrelas - mas, acima de tudo, era o dia onde o Oriental tinha de brilhar. E foi isso mesmo que aconteceu.
Cara Delevingne optou pela simplicidade, honrando a cultura nipónica com pinturas feitas na pele.
Chloë Sevigny adotou o visual de gueixa, contrabalançando-o com uma gargantilha e stilettos delicados.
O branco total, a frente única e o tecido rendilhado ficaram bem a Amanda Seyfried, mas os pontos altos foram sem dúvida a maquilhagem e a harmonia da risca ao meio.
As flores de cerejeira e a ave estampada na cauda do vestido vermelho-escuro de Bee Shaffer denunciaram o tema da melhor forma.
Sintético e elegante, o visual de Bella Hadid funcionaria tanto nesta gala como numa saída à noite.
Beyoncé conseguiu causar o impacto que pretendia, deixando pouco a favor da imaginação mas muito a favor da sensualidade.
Embora o cetim não seja o melhor tecido para as fotografias, a capa incrustada e o vestido com bordados florais puseram Emily Blunt ao nível da realeza.
Hannah Bagshawe e Eddie Redmayne foram um dos casais que melhor acenaram ao tema sem se tornarem literais.
Helen Mirren mostrou que conhece o poder de uma mulher de vermelho, embora tenha optado por um tom que se destaca pouco na red carpet.
O eterno preto e branco permitiu que o conjunto de top e saia de Janelle Monáe brilhasse, sendo um dos pontos altos da noite devido à capa e à gola mandarim.
Sarah Jessica Parker fez uma vénia ao origami no seu ornamento de cabeça, o que poderia ser indesejado se o Met Gala não fosse um dos eventos com maior liberdade criativa.
Lady Gaga apostou num conjunto preto brilhante coberto por um grande kimono em gaiola, dando-se um contraste entre a rigidez do material e a suavidade das penas que o adornam.
Selena Gomez conjugou o vestido branco com uma coroa de flores, obtendo um outfit romântico e luminoso - correr o risco de parecer um pouco matrimonial foi o único contra.
O cinto com entrançados trouxe ao visual de Sienna Miller o enquadramento com a temática que o fato precisava.
Ziyi Shang foi mais uma das presentes a render-se ao branco, com zonas salpicadas de flores que quebraram a monotonia.
Justin Bieber, vestido de fato preto e uma camisa mao, surpreendeu pela positiva com os dragões bordados em amarelo que cobriam o casaco.
Já Rihanna recebeu mais atenção do que qualquer outra pessoa na gala, devido à cauda de tamanho imperial, mas principalmente por se ter rendido ao amarelo sem qualquer insegurança.
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